quinta-feira, 29 de maio de 2008

feminino insular

(Lena Gal, Canto da manhã)

quero ser como as mulheres de Lena Gal
tantas mulheres dentro de mim.

deusas camponesas
delicadas mães amigas
sensíveis bordadeiras sensitivas
irmãs cúmplices conselheiras
sonhadoras misteriosas filhas.

sábias dançarinas
a correr com o vento.

mulheres ninfas, mulheres fofas
mulheres jovens e maduras
mulheres fadas, mulheres bruxas
mulheres diversas mas tão iguais
mulheres todas...

ah, quero ser como as mulheres de Lena
na terra da brisa perfumada!

suspiros de concha
pegadas na areia
os risos alíseos
um céu de pensamentos
num olhar infinito.

devaneios de ilha.

o feminino insular
não hermético
desconfiado
isolado
não.

feminino afetivo
comunicante, íntimo
que ao acolher
permite silêncios
respeita espaços e tempos.

feminino
que preserva os mistérios
as paixões singulares
não perturba as saudades
as inquietações da alma.

quero ser feminino insular
como as mulheres de Lena…

Um comentário:

Renata Bomfim disse...

Olá Leticia, que bela poesia,esse feminino insular descrito por você na poesia, por lena nas imagens, por cora coralina em seu poema "muitas vidas", é um espaço tão grande que acho levará muito para ser conhecido, mas a cada pedaço revelado uma surpresa, uma riquesa, um susto...
Parabens pelo texto
abraços
renata