Mas nem tudo foram flores.
Na última sexta, 12 de novembro, na Praça da Alfândega durante a Feira do Livro, a poeta gaúcha Telma Scherer estava realizando uma performance artística intitulada "Não alimente o escritor", cujo intuito seria provocar o público passante a refletir sobre o ofício do escritor e a criação literária, quando se viu rodeada e detida por policiais militares. Foi escoltada por policiais e duas motos para fora dos corredores da feira, colocada dentro de uma viatura e levada à delegacia para ser identificada e, possivelmente, "dar explicações". No final das contas, não foi registrada queixa contra a poeta, que foi liberada.
Ainda que, como também se argumenta, a manifestação de Telma possa ter causado algum tipo de incômodo ou distúrbio a passantes e feirantes (ruído? obstrução de corredor?), não há como não lamentar profundamente o episódio e uma reação que fica parecendo desproporcional e despropositada. A nossa feira se caracteriza pelo perfil aberto, democrático e plural, devendo acolher - ou ao menos tolerar - manifestações artísticas que não se encontrem na programação oficial do evento. Isso é belo, é enriquecedor, provoca pelo inusitado, faz pensar. Mesmo que não se compartilhe do senso estético proposto.
Para saber mais do episódio, acesse o blog da escritora. Há também um video postado no youtube que documenta boa parte do ocorrido.
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