quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Digressão em tarde de verão

Sol diagonal na parede do quarto,
pelas frestas da veneziana
pinta harmônica geometria.

Dois, quatro, seis,
não sigo a conta,
a mente inquieta.

Pés preguiçosos
pesados ponderam:
reagir à inércia?

Pensamentos como flecha,
corpo cansado,
cria-se impasse.

Cada idéia fugidia
que me atravessa e já se esvai
são mais dois quilos numa perna

... são três cochilos nas mãos.

São olhos compridos
no esforço de contar
a geometria do sol.

Na parede do meu quarto.

2 comentários:

Renata Bomfim disse...

OLá letícia, belo poema! o olhar é pode ser um fantas ma que atravessa paredes, se inscreve num mundo outro, carregando consigo as "idéias fugidias", conta a geometria do sol e as estrelas...
Abraços
renata

Letícia Möller disse...

Um beijo, Renata.
Obrigada pela presença.