terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Pensamentos no 1º de janeiro

© J. E. Möller, 2007


Nenhuma resolução de ano novo debaixo da tibuchina.

Meus pés descansam sobre a grama. A abelha sobrevoa meus arredores. O beija-flor corteja a bromélia, regularmente. As araucárias seguem as mesmas. Imóveis, estes pilares silenciosos, guardiões do tempo, formam minha pessoal fortaleza.

(Sou eu quem as observo ou sou por elas observada? Sinto que não me julgam, mas me compreendem)

Nenhuma resolução de ano novo debaixo da tibuchina.

Meu recomeço este ano é por demais evidente. Uma etapa toda nova. Não requer o fixar de metas, e não aconselha o elencar de desejos.

Nada quero que não sentir, escutar, contemplar. Seguir o fluxo natural da vida. Ao menos por um átimo, precioso instante. Busco a harmonia com a terra, o verde, o ar. E assim com o mundo. É este o mundo que me interessa, ora. Outros mundos hoje me importam pouco. Outras opiniões sobre o viver. Outras expectativas.

Não farei minhas alheias expectativas. Não pintarei meus dias com os tons do devido, do recomendável, do previsível.

Eis uma única resolução a gerar, quem sabe, debaixo da tibuchina.

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