Nestas manhãs porto-alegrenses feitas de bruma, o pensamento escapa do aqui e do agora. A manhã se faz noite, a cidade some entre espessa névoa. O concreto transformado em mar imenso, o quarto uma varanda para outros mundos. Viajo com Cecília.
Distância
(Cecília Meirelles)
Quem sou eu, a que está nesta varanda,
em frente deste mar, sob as estrelas,
vendo vultos andarem?
Sabem, acaso, os vultos, quem vão sendo?
Sentem o céu, as águas, quando passam?
Ou não vêem, ou não lembram?
Como alguém deste mundo para a lua
dirige os olhos, meditando coisas
e assim no vago mira.
- Para este mundo vão meus pensamentos,
tão estrangeiros, tão desapegados,
como se esta varanda fosse a lua.
(em: Mar absoluto e outros poemas)
2 comentários:
Oi Letícia
tudo bem? estou linkando os blog dos poetas do Over! Claro que você não ficaria de fora!
Beijos @>--
Obrigada, Adriana. Ando sumida do Overmundo por falta de tempo, mas assim que der vou passear pelos teus belos versos.
Um beijo!
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